Thursday, April 12, 2007

APESAR DA DIMINUIÇÃO DOS TEMPOS DE VIAGEM, CP INSISTE NA ALTA VELOCIDADE ENTRE LISBOA E PORTO

Porto e Lisboa vão ficar mais próximos, a partir do dia 22. A CP encurtou em 15 minutos o melhor tempo do serviço Alfa Pendular (AP), de 2,50 para 2, 35 horas. No tempo mais demorado, de três horas, o ganho é de 25 minutos.

Os novos horários, ontem apresentados no Porto, alteram o tempo da viagem no "Intercidades" (IC), que vai assumir o tempo actual do AP, encurtando em 30 minutos a duração do percurso, para três horas.

O partido ecologista "Os Verdes" considerou "inadmissível e escandalosa a supressão de paragens" do AP em Santarém, Pombal, Espinho e Entroncamento. "É inaceitável que esta tenha sido a única medida tomada pela CP para reduzir o tempo de viagem Lisboa-Porto", diz o partido, em comunicado. "Não é só com a supressão de paragens", afirma o presidente da CP. "Há novos sistemas de segurança e uma melhoria das infra-estruturas, que permitem aos comboios circular à velocidade máxima por mais tempo", disse João Cardoso Reis, que explicou a nova visão do AP "Um comboio de velocidade, com um serviço de prestígio e poucas paragens."

O presidente da CP confia que o serviço prestado pelo Intercidades, que passará a fazer o pior tempo do Alfa, aos preços actuais, será suficiente para uma transição "sem grandes polémicas, até porque a maioria das pessoas que usa estas estações já prefere o Intercidades". João Cardoso Reis admite que "há ainda alguma folga para melhorar os tempos" entre Lisboa e Porto, mas só depois de concluídas as obras de melhoramento da ferrovia.

Mesmo após a modernização total da linha do Norte "faz sentido uma ligação de alta velocidade e a CP está disposta a participar no projecto do TGV", disse João Cardoso Reis."Mas o problema Linha do Norte não é de velocidade, é de falta de capacidade.

É preciso construir mais linhas", disse, referenciando a aproximação ao Porto, a partir de Aveiro, onde se prevê uma maior concentração de comboios. A "forte aposta" da empresa na linha de Aveiro-Porto, que vale cerca de 7 milhões dos 18 milhões de passageiros transportados pela CP Porto, em 2006, vai colocar mais 40 comboios na linha.

in Jornal de Notícias on-line de 12 de Abril de 2007

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E É AQUI QUE BATE O PONTO.

HÁ ESPAÇO PARA SE REFLECTIR SE SE JUSTIFICA A CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA DE ALTA VELOCIDADE DE RAIZ, EM VIA DUPLA ENTRE O PORTO E LISBOA PARA A ALTA VELOCIDADE, MAIS A AQUISIÇÃO DOS COMBOIOS QUE NELA CIRCULRÃO, QUE SEGUNDO SIEMENS CUSTARÃO PERTO DE 25 MILHÕES DE EURAS CADA UNIDADE COMPOSTA POR 2 MOTORAS MAIS 3 OU 4 REBOQUES, PREÇOS QUE NÃO DEVERÃO ANDAR MUITO LONGE DOS PROPOSTOS PELA SUA CONCORRENTE, A FRANCESA ALSTOM.

O QUE ACONTECE É QUE A ACTUAL LINHA DO NORTE, QUE DEPOIS DE MODERNIZADA, PERMITE GNHOS DE EFICIÊNCIA E TEMPO COM AS ACTUAIS COMPOSIÇÕES PENDULARES, PERMITEM TEMPOS DE VIAGEM MUITO MENORES, JÁ QUE ESTES PODEM TIRAR PARTIDO DA SUA VELOCIDADE, TAMBÉM É ENCURTADO PELA DIMINUIÇÃO NO NÚMERO DE PARAGENS.

A CP ANUNCIOU A COMPENSAÇÃO DESSA PERCA NO SERVIÇO, COM A INTRODUÇÃO REFOÇAD, COM UM REFORÇO NOS IC'S, E COM O AUMENTO DA SUA VELOCIDADE COMERCIAL, SE ELES CIRCULARES COM AS REVISTAS E CERTIFICADAS CARRUAGENS CORAIL, NOS CERCA DE 200 KM/HORA.

O PRESIDENTE DA CP NO ENTANTO APOSTA AINDA NA ALTA VELOCIDADE ARGMENTANDO COM A FALTA DE LINHAS.

A NOSSA PERGNTA QUE JULGO QUE FICARÁ SEM RESPOSTA É:

E SE SE QUADRUPLICASSE A VIA ENTRE PORTO E AVEIRO, COMO TEMOS VINDO A DEFENDER, À SEMELHNALÇA DO QUE ACONTECEU DESDE LISBOA A ALVERCA, E SE ESPERA QUE ESSA QUADRUPLICAÇAO AVANCE PELO MENOS ATÉ À AZAMBUJA?

NÃO FICARIA O PAÍS COM UMA BOA LINHA DO NORTE CAPAZ DE RECEBER SUBURBANOS, INTER-REGIONAIS, INTER-CIDADS E MERCADORIAS, E AINDA ESPAÇO LIVRE PARA QUE OS ACTUAIS PENDULARES POSSAM AVANÇAR SEM CONSTRANGIMENTO DE HORÁRIOS?

FICA A QUESTÃO

1 comment:

Joselito said...

Não, porque aí terias o resto da linha (Azambuja - Aveiro) engarrafada.

Nota, isto não é uma crítica, eu também já dei por mim a pensar no mesmo!

Já agora: quanto custaria a quadruplicação entre Aveiro e Porto, num meio urbano denso e consolidado? E a solução para o estrangulamento de Vila Franca?
Não seria nada barato!

Digo-te assim: o erro foi, antes de mais, ter-se apostado em meter todas as bolas no mesmo saco.
Com isto quero dizer: misturar suburbanos, regionais, intercidades, alfas e mercadorias na mesma linha só podia dar disparate (para não dizer outra coisa...).
É evidente que, a menos que se quadruplique a linha quase toda (imagine-se os custos...) ou que se obrigue os "lentos" a parar constantemente uns minutos para serem ultrapassados pelos "rápidos" (um serviço regional vergonhoso, portanto), esta estratégia de misturar tudo leva a uma redução drástica da capacidade. Que é o que, hoje, é mais que evidente.

Daí a necessidade da LAV Lisboa-Porto. Que apenas peca por tardia.
E daí, também, que a renovação da Linha do Norte devia ter privilegiado um patamar de velocidade GLOBAL de 140/160, suficientemente rápido para a maioria dos serviços, e não tão rápido a ponto de gerar as discrepâncias a que hoje assistimos e que limitam a capacidade da linha.
Meia-dúzia de variantes, quadruplicações onde fosse necessário, layouts melhorados... ah sim, e material circulante à altura. E pronto!
E para o tráfego super-rápido entre os grandes centros, a tal de AV. Ou...

Mais uma "posta de pescada": então e porque não, em vez de AV, fazer linha VE (a 200 ou 220)? Aproveitando parte da linha do Oeste e tal...

Por um lado, talvez custasse menos. E servias mais localidades.
Por outro, não captarias tanto tráfego entre os grandes centros, e é nestas deslocações que o comboio pode ter mais potencial concorrencial. Dá que pensar, não dá?

Em suma: a remodelação da linha do Norte foi baseada em pressupostos errados. Devia-se ter privilegiado a "homogeneidade" na qualidade de serviço e capacidade, e deixar os "meninos rápidos" para uma linha de altas prestações. A mania de poupar no caminho de ferro é que levou a isto!