Wednesday, February 14, 2007

O Acidente no Tua - que consequências?

Ainda relativamente ao acidente, e segundo a própria testemunha sobrevivente, parece que foi uma rocha de grandes dimensões que se desprendeu da encosta empurrando a automotora “Bruxelas”, propriedade da empresa inter-municipal Metro de Mirandela, que estava ao serviço da CP, mediante protocolo assinado entre as partes, pelo vale até ao rio.

Mas pelas imagens que ontem passaram nas TV’s, nota-se à evidência que não foi uma simples rocha que bateu na lateral da automotora, empurrando-a pela ravina para o vale onde corre o rio.

O que se vê nas imagens passadas nas TV's é que o leito da via simplesmente desapareceu, deixando apenas os carris suspensos.

Ou seja:

Em vez de uma simples rocha ou penedo que se desprendeu, o que parece evidente foi que se assistiu a um colapso de toda a encosta no local.

E isso levanta perguntas que quero acreditar que o inquérito agora anunciado, tanto pela REFER, como do MOPTC, acabe por responder a algumas questões:

Já haviam sinais de desmoronamento?

E se sim, há quanto tempo?

Se esses sinais teriam sido detectados pelo ferroviários da CP que por ali passavam diariamente ou por pessoal da REFER que se responsabiliza pela manutenção da via?

Nesses sinais teria sido detectado algum tipo de abatimento do solo, no leito da via?

Se sim, eles teriam comunicado esse sinais às entidades responsáveis?

E se sim, há quanto tempo?

E se si, essa comunicação teria tido bom acolhimento?

Não consta nos registos meteorológicos que tenha havido precipitação anormal nos últimos 6 dias na região.

Se foi feita essa comunicação, e se essa comunicação só poderia ter sido feita se se notasse algum tipo de abatimento na via, ou ligeiro desvio dos carris no local, as entidades responsáveis teriam, tomado boa nota dessa comunicação?

E quando?

Haveria planos para a consolidação da encosta?

Porque não foi, como se disse mais acima, uma simples pedra que embateu na lateral da automotora, desprendendo-se, mas sim toda a encosta por onde passava aquele troço da via que entrou em colapso, o que nos parece evidente pelas imagens.

O leito da via desapareceu, simplesmente

E depois do inquérito concluído, o que fazer?

Reconstruir a encosta de modo a reconstruir também aquele troço de via para que naquela linha história e emblemática do nordeste português volte a haver exploração comercial regular de passageiros e eventuais comboios turísticos, ou este trágico acidente foi uma certidão de óbito para essa linha, que apesar de algumas intervenções recentes, não na infra-estrutura, mas sim superficiais?

Perguntas a que só o tempo responderá.

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